COMERCIALIZAÇÃO E DIVERSIDADE DE PEIXES EM FEIRAS DA CIDADE DE PARINTINS, ESTADO DO AMAZONAS, ENTRE OS ANOS DE 2021 E 2022

  • Adailton Moreira da Silva UNVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
  • Frank Seixas Lima Universidade do Estado Amazonas
  • Graycilene Souza de Souza Universidade do Estado Amazonas
  • Jéssica Vasconcelos Silva Universidade do Estado do Amazonas

Resumo

A Amazônia possui a maior bacia hidrográfica do mundo abrigando a maior diversidade de peixes que reflete na vida dos ribeirinhos através do consumo do pescado. Este estudo objetiva descrever a comercialização e a diversidade de peixes em feiras da cidade de Parintins, estado do Amazonas. O levantamento de dados se deu através de visitas mensais, entre agosto de 2021 a julho de 2022, observação in loco, aplicação de questionários (n=20), registro fotográfico e obtenção de exemplares para identificação taxonômica em três feiras da cidade: “Feira Nova Conquista”, bairro Paulo Corrêa, gerida por uma associação de feirantes; “Feira Chicão Garcia”, orla do bairro da União, publica gerida pela prefeitura municipal; e “Feira do Bagaço”, bairro da Francesa, gerenciada por uma associação. Foram solicitadas autorização e assinatura de um TCLE. Estas estão em locais de grande fluxo de pessoas, próximas a portos de desembarques pesqueiros, em bairros populosos periféricos e possuem boxes destinados a pescado e hortifrútis. Os feirantes são do sexo masculino, média de idade de 39,8 anos, média de tempo de profissão de 14,7 anos, advindos do interior vindo para a cidade em busca de melhores condições, possuem ensino fundamental incompleto, não tem formação formal na área específica de suas atividades e se intitulam “peixeiros”. Apesar da relevância deste comércio como fonte de renda, esta atividade precisa de incentivos, educação das práticas de boa manipulação do pescado e da interferência do poder público para garantir que os peixeiros possam trabalhar e oferecer produtos de boa qualidade. Há uma grande diversidade de peixes comercializadas com 56 espécies representando cinco ordens: Characiformes (21 espécies; 6 famílias), Siluriformes (18 espécies; 5 famílias), Perciformes (14 espécies; 2 famílias), Osteoglossiformes (2 espécies; 2 famílias) e Clupeiformes (1 espécie; 1 família). Esta diversidade é influenciada pelos períodos sazonais da subida e descida dos rios conforme o grupo taxonômico e que coincidem com as migrações de reprodução e alimentação que as espécies realizam, já que na enchente/cheia o peixe fica escasso devido a difícil captura enquanto que na vazante/seca ficam mais abundantes por se concentrarem nos canais e lagos. Os resultados deste trabalho são inéditos e podem ser referências para manejos e controle da pesca na região de Parintins. O conhecimento dos animais disponibilizados nas feiras pode ser úteis para futuros projetos que visem o desenvolvimento sustentável.

Publicado
2023-12-30
Como Citar
SILVA, Adailton Moreira da et al. COMERCIALIZAÇÃO E DIVERSIDADE DE PEIXES EM FEIRAS DA CIDADE DE PARINTINS, ESTADO DO AMAZONAS, ENTRE OS ANOS DE 2021 E 2022. Marupiara | Revista Científica do CESP/UEA, [S.l.], n. 12, p. 38 - 57, dez. 2023. ISSN 2527-0753. Disponível em: <https://periodicos.uea.edu.br/index.php/marupiara/article/view/3351>. Acesso em: 27 abr. 2024. doi: https://doi.org/10.59666/marupiara.v0i12.3351.
Seção
Artigos