Poesia na sala de aula: trabalhar ou não trabalhar, eis a questão

Poetry in the classroom: working or not to work, that is the question

Resumo

Este texto é um ensaio e ensaio e também relato de experiência. Nele há contornos para aquilo que interroga e igualmente seduz quando se deseja trabalhar com leitura, escrita e escuta de poesia na sala de aula, quando toma-se poesia como estratégia de ensino de língua portuguesa e literatura em contexto escolar. Este ensaio é uma tentativa de estabelecer ordem à parte importante do meu percurso enquanto pesquisador interessado pela função poética da linguagem (de modo geral) e pela poesia (em específico), também enquanto jovem professor da escola básica que, tendo como demanda de trabalho o ensino de língua portuguesa e literatura, encontra na poesia certa força catalisadora e potencial para a criação de territórios e agenciamentos férteis às palavras dos estudantes, suas leituras, seus jeitos de ser e estar na linguagem, seus jeitos de fazer trânsito diante dos outros e diante de si, territórios férteis ao estilo dos alunos diante da língua. Nesse ensaio, para dar forma ao trabalho que tenho realizado com poesia, principalmente mobilizo as seguintes ideias: poesia enquanto forma literária, desde Melissa Fornari e Diego Grando; a “função poética da linguagem” em Roman Jakobson (1976); noção de “experiência” desde Jorge Larrosa (2020); e “poética” desde Paul Valéry (2011).

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Mestrado (2022) em Estudos da Linguagem - Análises textuais, discursivas e enunciativas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Licenciado em Letras - Português e Literatura pela mesma Universidade. Atualmente, é professor de língua portuguesa e literatura no Estado do Rio Grande do Sul. Tem experiência docente no Ensino Fundamental e Ensino Médio, também no ensino de português como língua adicional (PLA). É colaborador do projeto de pesquisa O rastro do som em Saussure: sob efeito da escuta, também do projeto de extensão universitária Leitura em Voz Alta (UFRGS) e integra o grupo de pesuisa Linguística, Literatura e Arte (UFPel/UFRGS).

Referências

BARTHES, Roland. Aula, aula inaugural da cadeira de semiologia literária do Colégio de França. São Paulo: Editora Cultrix, 2013.

FORNARI, Melissa. GRANDO, Diego. Incertezas e possibilidade: o que fazer com poesia na sala de aula. Escrevendoofuturo.org.br. Disponível em: . Acesso em: 26/09/2024.

JAKOBSON, Roman. “Linguística e Poética”. In: Linguística e comunicação. São Paulo: Editora Cultrix, 1976.

LARROSA, Jorge. “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”. In: Tremores. Escritos sobre experiência. São Paulo: Editora Autêntica, 2020.

SZYMBORSKA, Wislawa. “Tem aqueles que”. In: Um amor feliz. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

VALERY, Paul. “Primeira aula do curso de poética”. In: Variedades. São Paulo: Editora Iluminuras, 2011.
Publicado
2024-12-31
Como Citar
STEVANIN, Augusto. Poesia na sala de aula: trabalhar ou não trabalhar, eis a questão. Revista Fios de Letras, [S.l.], v. 1, n. 03, p. e13244 | 01-22, dez. 2024. ISSN 2966-0130. Disponível em: <https://periodicos.uea.edu.br/index.php/fiosdeletras/article/view/3945>. Acesso em: 17 mar. 2025. doi: https://doi.org/10.59666/fiosdeletras.v1i03.3945.
Seção
Temas Livres