Poesia na sala de aula: trabalhar ou não trabalhar, eis a questão
Poetry in the classroom: working or not to work, that is the question
Resumo
Este texto é um ensaio e ensaio e também relato de experiência. Nele há contornos para aquilo que interroga e igualmente seduz quando se deseja trabalhar com leitura, escrita e escuta de poesia na sala de aula, quando toma-se poesia como estratégia de ensino de língua portuguesa e literatura em contexto escolar. Este ensaio é uma tentativa de estabelecer ordem à parte importante do meu percurso enquanto pesquisador interessado pela função poética da linguagem (de modo geral) e pela poesia (em específico), também enquanto jovem professor da escola básica que, tendo como demanda de trabalho o ensino de língua portuguesa e literatura, encontra na poesia certa força catalisadora e potencial para a criação de territórios e agenciamentos férteis às palavras dos estudantes, suas leituras, seus jeitos de ser e estar na linguagem, seus jeitos de fazer trânsito diante dos outros e diante de si, territórios férteis ao estilo dos alunos diante da língua. Nesse ensaio, para dar forma ao trabalho que tenho realizado com poesia, principalmente mobilizo as seguintes ideias: poesia enquanto forma literária, desde Melissa Fornari e Diego Grando; a “função poética da linguagem” em Roman Jakobson (1976); noção de “experiência” desde Jorge Larrosa (2020); e “poética” desde Paul Valéry (2011).
Referências
FORNARI, Melissa. GRANDO, Diego. Incertezas e possibilidade: o que fazer com poesia na sala de aula. Escrevendoofuturo.org.br. Disponível em:
JAKOBSON, Roman. “Linguística e Poética”. In: Linguística e comunicação. São Paulo: Editora Cultrix, 1976.
LARROSA, Jorge. “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”. In: Tremores. Escritos sobre experiência. São Paulo: Editora Autêntica, 2020.
SZYMBORSKA, Wislawa. “Tem aqueles que”. In: Um amor feliz. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
VALERY, Paul. “Primeira aula do curso de poética”. In: Variedades. São Paulo: Editora Iluminuras, 2011.