Percepções e crenças de professores do Ensino Fundamental de Palmeira dos Índios/AL sobre a Língua Brasileira de Sinais

Perceptions and beliefs of elementary school teachers in Palmeira dos Índios/AL about the Brazilian Sign Language

Resumo

Desde o início do século XXI, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) adquiriu o status de língua por meio do Decreto n° 5.626/2005, que regulamenta a Lei Federal nº 10.436 de 24 de abril de 2002, que a entende como uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituindo-se em um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. No entanto, esse reconhecimento linguístico ainda precisa ser evidenciado no contexto escolar da Educação Básica, especialmente em Alagoas. Nessa direção, este texto objetiva analisar algumas percepções de professores do Ensino Fundamental de uma escola privada da cidade de Palmeira dos Índios – AL sobre a Libras. Quanto aos aspectos teórico-metodológicos, está embasado em autores basilares como Antonio e Kelman (2019), Gesser (2009), Godoi, Lima e Andrade (2016), Kendrick e Cruz (2020), Lima e Córdula (2017), Mantoan (2015), Quadros (1997, 2003, 2023), Rocha, Oliveira e Reis (2016) e Tavares e Nogueira (2023), entre outros, que estudam questões voltadas à Libras e consiste em uma pesquisa do tipo exploratória descritiva de natureza qualitativa. Como resultados, evidenciou-se que os professores investigados demonstraram uma concepção linguístico-gramatical equivocada sobre Libras, evidenciando uma formação docente deficiente para educação especial e inclusiva, mesmo afirmando terem tido contato com essa língua de natureza visual-motora e com a comunidade surda e/ou com a cultura surda.

Referências

ANTONIO, Luiz Cláudio de Oliveira; KELMAN. Percepções sobre ensino de libras no currículo de formação docente em licenciaturas fluminenses. Perspectivas em Diálogo, Naviraí, v. 6, n. 13, p. 94-110, jul./dez. 2019.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Emsantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BRASIL. Decreto nº 5626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Brasília, 2005.
BRASIL. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -Libras e dá outras providências. Brasília, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/lei10436.pdf. Acesso em: 12 abr. 2024.
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação escolar inclusiva para pessoas com surdez na escola comum – questões polêmicas e avanços contemporâneos. In: BRAZIL. Ensaios Pedagógicos – construindo escolas inclusivas. Brasília: MEC/SEESP, 2005, p. 108-121.
GESSER, Audrei. Libras?: Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
GODOI, Eliamar; LIMA, Marisa Dias; ANDRADE, Valdete A. Borges (org.). Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS: a formação continuada de professores. Uberlândia: EDUFU, 2016.
KENDRICK, Denielli; CRUZ, Gilmar de Carvalho. Libras e Formação Docente: da Constatação à Superação de Hierarquias Rev. Bras. Ed. Esp., Bauru, v.26, n.4, p.571-586, Out.-Dez., 2020.

LIBRAS. O que é Libras? (2017) Disponível em: https://www.libras.com.br/. Acesso em: 07 nov. 2023.
LIMA, Juliana Acácio Cordeiro de;. CÓRDULA. O ensino da Libras no Ensino Fundamental. SSN: 1984-6290 B3 em ensino - Qualis, Capes DOI: 10.18264/REVISTA Educação Pública. 2017. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/17/9/o-ensino-da-libras-no-ensino-fundamental. Acesso em: 25 out. 2023.
MANTOAN, M. T. E. (Org.). Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Summus, 2015.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Declaração mundial sobre educação para todos: plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jontiem -Tailândia, 1990.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Declaração de Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas em Educação Especial. Salamanca -Espanha, 1994.
PEREIRA, Maria Cristina da Cunha; VIEIRA, Maria Inês da Silva. Bilinguismo e educação de surdos. Revista Intercâmbio, São Paulo, v. 19, p. 62-67, 2009.
QUADROS, Ronice Müller de. Didática da Libras. In: Evangelina Maria Brito de Faria; Maria Cristina de Assis. (Org.). Língua Portuguesa e Libras: Teorias e Práticas. 1ed.João Pessoa: Editora da UFPB, 2012, v. 5, p. 61-110. Disponível em http://biblioteca.virtual.ufpb.br/files/didatica_da_libras_1462972859.pdf. Acesso em: 21 maio 2023.
QUADROS, Ronice Müller de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
QUADROS, Ronice Müller de. Situando as diferenças implicadas na educação de surdos: inclusão/exclusão. Ponto de Vista, Florianópolis, nº 5, p. 81-111, 2003.
ROCHA, L. R. M. da; OLIVEIRA, J. P. de; REIS, M. R. dos (org.). Surdez, Educação Bilíngue e Libras: perspectivas atuais. Curitiba: CRV, 2016.
TAVARES, J. A.; NOGUEIRA, P. A. S.; Libras nas licenciaturas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba: ensino e inclusão na análise do currículo acadêmico. Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, [S.l.], v. 1, n.23, p.1-18, e13301, mai. 2023. ISSN 2447-1801.
Publicado
2024-06-17
Como Citar
MELO, Pedro Antonio Gomes de. Percepções e crenças de professores do Ensino Fundamental de Palmeira dos Índios/AL sobre a Língua Brasileira de Sinais. Revista Fios de Letras, [S.l.], v. 1, n. 02, p. e12243 | 01-24, jun. 2024. ISSN 2966-0130. Disponível em: <https://periodicos.uea.edu.br/index.php/fiosdeletras/article/view/3465>. Acesso em: 03 jul. 2024. doi: https://doi.org/10.59666/fiosdeletras.v1i02.3465.
Seção
Temas Livres