CONTRATOS DE UTILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO E DO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO
Abstract
O presente artigo objetiva abordar os contratos de utilização do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado, segundo o ordenamento jurídico brasileiro, bem como a sua relação com os povos cujo conhecimento tradicional constitui o objeto contratual de tais instrumentos. Os contratos de utilização do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado impactam positivamente não só as partes contratantes, mas também toda a sociedade local onde ele é celebrado, já que o objeto desse tipo de contrato não é um bem individual e material, mas sim um bem difuso e imaterial, que será transformado em bens de consumo (remédios, cremes estéticos, produtos de beleza, etc.), através da atividade empresarial que transforma esses insumos em mercadoria final, oferecida ao mercado de consumo. Evidentemente, isso mostra a função social que esses contratos possuem, pois beneficiam comunidades inteiras com a participação que elas possuem nos lucros desse mercado. Além disso, apesar de esses contratos já serem regulados, há uma lacuna nesse ponto que é a ausência de um número maior de contratos registrados. Nesse sentido, o presente artigo busca analisar as razões dessa lacuna, para que, ao final, as situações levantadas possam ser explicadas, a fim de se construir um conhecimento capaz de contribuir para desenvolvimentos futuros, ou seja, para que mais registros possam ser feitos de modo a se garantir a segurança jurídica para todas as partes envolvidas. A metodologia utilizada foi a qualitativa, já que busca elucidar conceitos complexos voltados para o estudo de aspectos sociais grupais. Na fase de coleta de dados, foram realizadas consultas em livros, artigos científicos, documentos oficiais, legislação, teses e dissertações, bem como o estudo jurisprudencial.