CORPO-PENSAMENTO E TEMPO E INVENÇÕES NAS PESQUISAS EM CIÊNCIAS: O AIONGRAMA
Resumo
Esse artigo tem a intenção de apresentar o Aiongrama, inventado em uma pesquisa realizada no mês de março de dois mil e vinte e dois, com crianças com idades entre quatro e cinco anos de uma escola pública de uma pequena cidade do Rio Grande do Sul. Cabe salientar que diferente de um cronograma, o Aiongrama se move pelos acontecimentos e pelos encontros. Nesse sentido, seria uma organização do tempo de pesquisa que pretende dar a ouvir aos corpos-pensamentos, que sentem e que se expressam no encontro com lugares, pessoas, animais e conceitos. Isto é, em tempo Aion, a pesquisa se propõe a experimentação. Com isso, apresentamos os dois tempos que atravessam uma pesquisa. Cronos é o tempo que pode ser medido em dias, meses, anos, horas e segundos, já Aion, seria o tempo dos acontecimentos, dos encontros e dos sentidos. Além disso, por ser Aion o tempo do devir, um corpo-pensamento que experimenta um Aiongrama também é um corpo-pensamento em transformação
Referências
DELEUZE, G; GUATTARI, F. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34, 2010.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2014.
GIACOIA, O. Resposta a uma questão: o que pode um corpo? In: LINS, D; GADELHA, S. Nietzsche e Deleuze: que pode o corpo. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fortaleza, CE: Secretaria de Cultura e Desporto, 2002, p. 199-215.
GROS, F. Caminhar: uma filosofia. São Paulo: Ubu Editora, 2021.
KASTRUP, V. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. In: PASSOS, E; KASTRUP, V; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia: Pesquisa- intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009.
LAPOUJADE, D. O corpo que não aguenta mais. In: LINS, Daniel; GADELHA, Sylvio. Nietzsche e Deleuze: que pode o corpo. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fortaleza, CE: Secretaria de Cultura e Desporto, 2002, p. 81-90.
LEITE, C. D. P. Infância, experiência e tempo. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011.
PELBART, P. P. O avesso no niilismo: cartografias do esgotamento. São Paulo: n- 1 edições, 2013.
PELBART, P. P. O tempo não-reconciliado. São Paulo: Perspectiva, 2015. ZORDAN, P. Gaia Educação: arte e filosofia da diferença. Curitiba: Appris, 2019.