MON PAYS EST UNE MOSAÏQUE: LÍNGUA FRANCESA E LITERATURA EM CABO VERDE
Resumo
Este texto apresenta algumas considerações sobre a presença da língua francesa e das suas literaturas na poesia moderna de Cabo Verde. Assim, distinguem-se em primeiro lugar a recusa e a seleção da modernidade francófona por parte das gerações de José Lopes e de Jorge Barbosa, respetivamente. Assinala-se depois a profícua aceitação do Simbolismo ou do Surrealismo em poetas como Mário Fonseca, Jorge Carlos Fonseca, Valentinous Velhinho e J. L. Hopffer C. Almada. Finalmente, destacam-se os dois maiores poetas cabo-verdianos das últimas décadas, João Vário e Arménio Vieira, referindo-se alguns dos aspetos que, nas suas obras, melhor testemunham a aprendizagem com os mestres de língua francesa. Arménio Vieira encontra nas obras de Lautréamont ou de Pierre Reverdy a sua Estrada de Damasco. O livro Exemple Restreint, escrito diretamente em francês (em 1969) e muito devedor de Saint-John Perse, ocupa um lugar axial em toda a obra poética de João Vário.