LITERATURA, CIÊNCIA E TESTEMUNHO: NOTAS SOBRE A HIBRIDEZ DISCURSIVA D’OS SERTÕES, DE EUCLIDES DA CUNHA, E DA OBRA EM PROSA DE RUY DUARTE DE CARVALHO

  • Anita Moraes UFF

Resumo

Neste artigo pretendo traçar paralelos entre Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, e aspectos da produção em prosa do escritor e antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho. Meu interesse será investigar o teor testemunhal da produção de ambos os autores, distantes no tempo por cerca de um século. Tomarei, assim, como elemento de comparação, o fato de ambos denunciarem crimes de máxima brutalidade: o extermínio de populações “resistentes” ao chamado “progresso da civilização”. No caso angolano, dos povos nômades do sul de Angola, em particular os kuvale; no caso brasileiro, da população de Canudos.  Euclides da Cunha e Ruy Duarte de Carvalho testemunharam eventos de extrema violência, e, para denunciá-los, desenvolveram um discurso híbrido, entrecruzando o literário e científico. Será, contudo, o modo como diferem na elaboração desta hibridez entre ciência e literatura que me interessará particularmente investigar.

Publicado
2017-05-22
Como Citar
MORAES, Anita. LITERATURA, CIÊNCIA E TESTEMUNHO: NOTAS SOBRE A HIBRIDEZ DISCURSIVA D’OS SERTÕES, DE EUCLIDES DA CUNHA, E DA OBRA EM PROSA DE RUY DUARTE DE CARVALHO. ContraCorrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, [S.l.], n. 5, p. 9-20, maio 2017. ISSN 2525-4529. Disponível em: <https://periodicos.uea.edu.br/index.php/contracorrente/article/view/524>. Acesso em: 20 abr. 2024.