“INDÍGENA-RIBEIRINHO”. SOBRE DIFERENÇA, MODOS DE CRIAR, HABITAR E ATUAR EM TERRITÓRIOS PROTEGIDOS NO MÉDIO SOLIMÕES, AM.

  • Patricia Carvalho Rosa Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá IDSM/OS-MCTI
  • Vinicius Galvão Zanatto, Sr Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá IDSM/OS-MCTI

Resumo

Este estudo de caso discute a auto territorialização da aldeia Miranha Jubará, situada na Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, no Médio Solimões, Amazonas, e apresenta através de abordagem etnográfica e descritiva da Ecologia Política as dinâmicas do emprego da categoria indígena-ribeirinho pelos interlocutores enquanto procedimento indígena capaz de traduzir miríades de relações históricas, fundiárias e ambientais na região. Analisada como uma ação indígena que marca a definição de posicionamentos políticos nas arenas de disputas e acordos sobre usos, acesso e controle de territórios e recursos comuns entre indígenas e ribeirinhos na RDS, a discutimos em dois pontos centrais. Indígena-ribeirinho expressa formas indígenas de (re) existir no âmbito de uma história regional e socioeconômica calcada sobre mecanismos de produção sistemática da invisibilidade étnica. Extrapolando tal princípio de irredução, ela comunica também as condições em que os atores indígenas habitam e gerem sua permanência na aldeia, evidenciando modos de agir e decidir sobre o território. A posição política indígenaribeirinho garante estratégias de governança e permite aos interlocutores exercer suas relações com o Estado e vizinhos num espaço constante de negociações relacionadas aos sentidos diversos de território, posse e leis de conservação articulados à estratégicas de acesso aos direitos reivindicados e regulação territorial.

Publicado
2022-12-23
Como Citar
ROSA, Patricia Carvalho; ZANATTO, Vinicius Galvão. “INDÍGENA-RIBEIRINHO”. SOBRE DIFERENÇA, MODOS DE CRIAR, HABITAR E ATUAR EM TERRITÓRIOS PROTEGIDOS NO MÉDIO SOLIMÕES, AM.. ContraCorrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, [S.l.], n. 18, p. 57-81, dez. 2022. ISSN 2525-4529. Disponível em: <https://periodicos.uea.edu.br/index.php/contracorrente/article/view/2497>. Acesso em: 25 abr. 2024.