REFLEXÕES SOBRE A PRODUÇÃO DOS CORPOS MODERNOS: DIÁLOGOS ENTRE BENJAMIN E FOUCAULT NO CONTEXTO DA INDÚSTRIA CULTURAL
Resumo
Por meio de uma revisão bibliográfica, o presente artigo busca estabelecer relações entre dois autores distintos em suas perspectivas, epistemologias e objetos: Walter Benjamin e Foucault. No filósofo alemão, observa-se a construção de uma filosofia da linguagem que exprime uma natureza imanente, um espírito comunicador que se expressa, singularmente, em cada sujeito. Em Foucault, sua arqueologia do poder desdobra olhares sobre o corpo e suas formas de dominação, como processo de subjetivação que esvai a singularidade dos sujeitos. No contexto da indústria cultural, a manutenção da lógica do consumo demanda uma subjetivação que esvazie singularidades como modo de potencializar a produção dos desejos associada aos produtos do capital. Para tanto, a produção dos corpos e, por consequência, o empobrecimento da linguagem é componente central dos processos formativos contemporâneos. Tem-se por resultado a necessidade da produção de pontos de resistência, vozes de ruptura que podem emanar de práticas pedagógicas emancipadoras e libertárias.
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