UMA PROPOSTA DE ENSINO DE CIÊNCIAS NA AMAZÔNIA POR MEIO DA EPISTEMOLOGIA DE LUDWIK FLECK
Resumo
Este artigo apresenta algumas reflexões com base na epistemologia fleckiana, apontando algumas concepções de museus, sugestivas de diferentes estilos de pensamento. Outro aspecto da teoria de Fleck, deslocada para a realidade desta pesquisa é a circulação intercoletiva de ideias, que consiste na comunicação de conceitos sobre a malária a um público não especializado. No cumprimento das atividades realizadas junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a pesquisa de cunho etnográfico e abordagem qualitativa, foi complementada com observações de campo in loco, realizada durante o ano de 2016, em uma escola municipal localizada na zona leste da cidade de Manaus-AM, e em visitas ao Ecomuseu do Seringal Vila Paraíso-ESVP. O objetivo é promover reflexões acerca do ensino de ciências, incluindo visitas ao Ecomuseu do Seringal Vila Paraíso, tomando como base alguns conceitos da epistemologia fleckiana. Os resultados indicam que os espaços e artefatos do ESVP possibilitam a circulação, comunicação e divulgação de saberes científicos (grupo esotérico), inclusive acerca da história da malária na Amazônia Legal, a um grupo de não especialistas (grupo exotérico), desde que o mediador domine a temática com profundidade e utilize recursos diversificados na interlocução dos conceitos científicos.