Sobreviver, esperançar, vagalumear

Resumo

Esperançar em escrita vivendo tempos de regulação autoritária, por tantas vezes, parece algo impossível. Contudo, esse artigo não convida ao impossível, mas à “deslógica”, à subversão, ao outro lado da linha. Nesse outro lugar, vagalumes dançam sem se importarem com a invisibilidade ou com o suposto desaparecimento de seus brilhos intermitentes. O presente artigo se propõe a realizar um estudo narrativo-teórico enredando os movimentos de sobreviver, esperançar e vagalumear. Dialogando com a produção de Didi-Huberman e Latour, esperançando com Paulo Freire e reexistindo com os vaga-lumes, tecemos aqui a sensibilidade metodológica que permite acessar o que hegemonicamente nos foi apresentado enquanto inacessível. Trata-se de pequenas esperanças cotidianas, inscritas no apesar de tudo (DIDI-HUBERMAN, 2011), que nos fazem sobreviver.

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Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutora em Educação formada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo e mestre em Educação formada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1998) e especialização em Supervisão Educacional pela Universidade Cândido Mendes (2002). É coordenadora do grupo de pesquisa Ecologias do Narrar e do projeto de extensão Reinvenção do Ler, do Escutar, do escrever e do Falar com Você.

Referências

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Publicado
2021-08-17
Como Citar
BARONI, Patrícia. Sobreviver, esperançar, vagalumear. Revista Vagalumear, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 65-74, ago. 2021. ISSN 2763-9916. Disponível em: <https://periodicos.uea.edu.br/index.php/rv/article/view/2265>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Seção
Seção Temática - Centenário Paulo Freire: esperanças praticadas