A FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL BRASILEIRA E AS FRENTES PIONEIRAS: OBSERVAÇÕES SOBRE O SUL DO AMAZONAS
Resumo
Neste artigo, a partir da formação socioespacial brasileira, objetiva-se investigar o desenvolvimento das frentes pioneiras do sul do estado do Amazonas, explorando as interações regionais e nacionais. Propõe-se uma análise diacrônica das frentes pioneiras, considerando sua relação com a formação socioespacial, baseada em revisão bibliográfica. Conclui-se que as frentes pioneiras são a manifestação da sociedade em movimento e o espaço sua reprodução, fato que se desdobra em transformações significativas que são historicamente hegemonizadas pelo capital (externo) sobre a região. Sinalizam-se em três grandes momentos. Em 1890, na colonização, destaca-se o papel das frentes pioneiras na exploração da borracha e da castanha, a migração nordestina e a violência da exploração impostas pelo Estado e pelo capitalismo colonialista aos povos originários e aos trabalhadores. Em 1940, na urbanização, tem, em parte, nas frentes pioneiras como motor e resultante das transformações socioeconômicas da industrialização da época, acirrando conflitos e fazendo ascender a segregação. Em 1990, na interiorização noroeste, desde essa década, sendo mobilizadas especialmente pelo grande capital, sobretudo no setor agropecuário; dando base para compreender a faixa pioneira nos dias atuais, culminando na incorporação de áreas como o sul do Amazonas.