A Moda Escraviza?
Mulheres Vítimas da Indústria da Moda
Abstract
O artigo abrange o estudo das mulheres trabalhadoras da indústria têxtil na cidade de São Paulo, a partir do recorte de gênero como também da delimitação geográfica. Justifica-se a temática pois com a pandemia de Covid-19 ocorreu um fenômeno de popularização da procura de forma on-line por empresas fast fashion no Brasil. O fast fashion é um sistema de produção e consumo de moda, no qual os produtos são fabricados, consumidos e descartados em um ritmo acelerado. Tal fenômeno possui correspondência com o cenário de hipervulnerabilidade no campo trabalhista vivido por estas mulheres, em sua maioria trabalhadoras imigrantes do setor da moda, especificamente costureiras, mantidas em um contexto análogo à escravidão em oficinas clandestinas de São Paulo. Objetiva-se, com o estudo, evidenciar como a recente Reforma Trabalhista impactou a vida de tais trabalhadoras, especialmente a lei referente à Terceirização (Lei N. 13.429/17), ao oficializar a precarização nas relações de trabalho gerando assim um ciclo de superexploração das mulheres costureiras na indústria da moda e consequentemente possibilitou práticas escravagistas. O método utilizado foi o dedutivo e o trabalho está dividido em três partes. a) a presença de mulheres imigrantes na indústria têxtil na cidade de São Paulo; b) o impacto da pandemia no aumento do consumo de moda fast fashion; c) as consequências da Reforma Trabalhista no âmbito do trabalho escravo contemporâneo no setor da moda.