O lugar da criança e da infância nas obras "Vidas Secas" e "Infância" de Graciliano Ramos

  • Maria Cícera Lopes da Silva
  • Ana Maria dos Santos

Resumo

Esse artigo tem o objetivo de refletir sobre as concepções de criança e de infância nas obras Vidas Secas e Infância, do escritor alagoano Graciliano Ramos. Parte-se de uma perspectiva de infância plural, dinâmica, situada sócio-historicamente e culturalmente, rompendo com concepções universais e naturalizantes, em que os contextos nos quais as crianças vivenciam suas infâncias, de modos distintos, são desconsiderados. Propõe-se um diálogo profícuo entre o campo da literatura e da educação a partir de pesquisadores que sustentam à ideia de que as crianças são sujeitos sociais e históricos, que marcam e são marcadas pela cultura, sendo a infância uma categoria social e geracional. Entendemos que as obras literárias selecionadas expressam uma concepção de criança como ser passivo, sem direito à voz e vez, o que se traduz em relações pautadas no silenciamento e embrutecimento das crianças e de seus modos singulares de ser e de viver a infância. Espera-se que as reflexões suscitadas no decorrer do texto contribuam efetivamente com os processos de formação docente, tanto no âmbito da formação inicial quanto da formação continuada.

Publicado
2023-12-12
Como Citar
DA SILVA, Maria Cícera Lopes; DOS SANTOS, Ana Maria. O lugar da criança e da infância nas obras "Vidas Secas" e "Infância" de Graciliano Ramos. ContraCorrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, [S.l.], n. 19, p. 29-49, dez. 2023. ISSN 2525-4529. Disponível em: <https://periodicos.uea.edu.br/index.php/contracorrente/article/view/3300>. Acesso em: 12 maio 2024. doi: https://doi.org/10.59666/cc-ppgich.v0i19.3300.