DIALÉTICA ENTRE DOIS MUNDOS E SABERES:
DAS PARTEIRAS TRADICIONAIS À MEDICALIZAÇÃO DO PARTO
Resumo
Neste artigo apresentamos trajetórias e cenários sobre o parto, em contextos de saberes e práticas, entre o conhecimento tradicional, com as Parteiras Tradicionais, e os conhecimentos científicos biomédico, com os profissionais de saúde. Mundos e modos operantes distintos de estabelecer diagnósticos, técnicas, tratamentos, acolhimento e relações com as gestantes, parturientes e puerpério que merecem especial atenção, pois são conhecimentos dissemelhantes sobre o parto, entre o seu aspecto natural e o biomédico. Conflito de interesses entre o poder hegemônico institucionalizado e as práticas culturais tradicionais, cujas transformações e impactos buscamos apresentar, a fim de permitir uma maior compreensão sobre o fenômeno do parto, dos agentes envolvidos, papéis e protagonismos. Apresentamos assim, questões sobre a medicalização e desmedicalização do parto, a destacar a trajetória de construção da categoria das parteiras tradicionais no Amazonas, dando ênfase para a criação da Associação de Parteiras Tradicionais do Estado do Amazonas – APTAM (Algodão Roxo), a enfatizar a relevância da parteira tradicional na assistência ao parto no Amazonas e da necessidade de convergência dos saberes. Ou seja, buscamos ressaltar a necessidade da efetivação da Ecologia do Saberes, numa busca de confluências e sinergias entre os modelos biomédico e tradicional.