A COLHEITA DA CASTANHA-DO-BRASIL NO MUNICÍPIO DE AMATURÁ, AMAZONAS: UMA ANÁLISE DO ESPAÇO E PODER
BRAZIL NUT HARVESTING IN THE MUNICIPALITY OF AMATURÁ, AMAZONAS: AN ANALYSIS OF SPACE AND POWER
Resumo
Este artigo analisa a colheita da castanha-do-Brasil no município de Amaturá, Amazonas, destacando as complexas interações entre espaço, poder e recursos naturais na Amazônia. A castanha-do-Brasil é um recurso fundamental para as comunidades locais, servindo como fonte de renda e elemento central de suas identidades culturais. No entanto, a atividade enfrenta desafios significativos, como a pressão de atividades econômicas concorrentes (agropecuária e exploração madeireira), a falta de regulamentação adequada e relações de poder assimétricas que limitam a autonomia dos coletores. A pesquisa, baseada em abordagens qualitativas e análise de dados primários e secundários, revela que o acesso aos castanhais é frequentemente mediado por acordos informais e hierarquias sociais, enquanto intermediários e grandes empresas exercem controle sobre a comercialização, perpetuando desigualdades. Além disso, a expansão de atividades predatórias ameaça a sustentabilidade dos castanhais e o modo de vida das comunidades tradicionais. Por outro lado, o estudo identifica iniciativas promissoras, como programas de certificação e comércio justo, que buscam valorizar o trabalho dos coletores e promover práticas sustentáveis. O fortalecimento de cooperativas e a integração de conhecimentos tradicionais com inovações tecnológicas são caminhos essenciais para garantir a sustentabilidade da atividade. O artigo conclui que, para assegurar um futuro justo e equilibrado, é crucial implementar políticas públicas que fortaleçam os direitos dos coletores, incentivem o manejo sustentável e promovam mercados inclusivos. A integração de abordagens participativas e o fortalecimento de redes de cooperação são estratégias fundamentais para conciliar conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico. Ao contribuir para o debate sobre o desenvolvimento sustentável na Amazônia, o artigo destaca a importância de valorizar os recursos naturais e os saberes tradicionais, reforçando a necessidade de ações coletivas e políticas públicas que apoiem as comunidades locais e preservem a biodiversidade amazônica.
