Chamada de Trabalhos / Convocatoria / Call for papers para a Edição de Nº 23 (2024.2) da ContraCorrente

2024-01-19

Quase três décadas desde o marco histórico da titulação em 1995 quando se deu a primeira titulação de um território quilombola no Brasil, um feito que ressoa em cada trilha percorrida por essas comunidades que resistem para existir.

Esta chamada convida acadêmicos, pesquisadores e líderes quilombolas a contribuir com suas análises e experiências para refletir sobre este momento crucial na história da luta quilombola. A titulação do Território Quilombola Boa Vista, do município de Oriximiná, no Pará, fez cumprir o artigo 68 do ADCT da Constituição Federal brasileira de 1988. A luta pela garantia da terra pelos quilombolas se deu muito antes da constituinte, mesmo diante da efetividade do artigo 68 os desafios e a lentidão nas titulações ainda permanecem, mesmo diante das muitas estratégias de mobilização impostas pelos quilombolas.

Este dossiê busca refletir sobre quilombos no Brasil buscando compreender através de estudos sobre o tema e diferentes realidades empiricamente observáveis como estes agentes têm estabelecido formas de resistência que demarcam sua identidade étnica e funcionam como estratégias de mobilização diante dos muitos entraves que condicionam a titulação de suas terras, bem como as mobilizações para a manutenção dos territórios titulados. A compreensão de quilombo neste dossiê afasta-se da definição arqueológica (no sentido Foucaultiano) e das definições frigorificadas (Almeida, 2011). Busca-se compreender as estratégias dos quilombolas dentro de suas reinvenções de saberes como afirma Farias (2023), em que estes agentes articulam suas narrativas e práticas históricas dentro da dinamicidade em que a vida social impõem.

Serão aceitos trabalhos que busquem problematizar os desafios quilombolas na realidade contemporânea; discussões de cunho teórico e empírico sobre demarcadores de identidade que abordem narrativas míticas, ritos, sequências cerimoniais e diferentes formas de artes e saberes praticados pelos quilombolas; estratégias de mobilização étnica que tenham buscado a garantia de direitos diante da usurpação de seus territórios;  desafios passados e presentes mediante as políticas de Estado, que garantem direitos quilombolas e as que ameaçam as conquistas; narrativas históricas que envolvem a luta pela titulação, destacando momentos-chave e protagonismos quilombolas; análises de como a titulação contribuiu para a preservação e o fortalecimento da identidade das comunidades quilombolas ao longo desses quase 30 anos; desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas desde a titulação até os dias atuais, bem como as conquistas alcançadas; estratégias de mobilização utilizadas para garantir os direitos territoriais quilombolas.

 

Referências

 ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Os quilombos e as novas etnias. Manaus: UEA Edições, 2011.

FARIAS, Marcos Alan Costa. Aiué: música, dança e políticas de identidade no Quilombo Jauari, Território Erepecuru (PA). Tese (Doutorado em Antropologia Social), Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2023.

 

*Instruções para Submissão:

Os(as) interessados(as) devem enviar seus artigos até o dia 30 de abril de 2024, diretamente na plataforma de submissão da revista, sendo necessário cadastrar-se como autor(a), caso ainda não possua o mesmo cadastro. Outras informações importantes, bem como as diretrizes para formatação dos trabalhos (que seguem estritamente o arquivo do template disponível no site da revista), estão disponíveis na aba para submissões da página da revista, acessível pelo link: https://periodicos.uea.edu.br/index.php/contracorrente/about/submissions

 

A ContraCorrente (ISSN: 2525-4529) é um periódico científico semestral trilíngue publicado pela Editora Universitária da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), estando vinculado ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH). Está atualmente avaliada segundo critérios de Qualis CAPES em nível B2, e tem escopo interdisciplinar, recebendo artigos, resenhas, ensaios, entrevistas, traduções, relatos de experiência, entre outras modalidades (vide página da revista), escritos inéditos por Doutores(as), Mestres(as) e Discentes de Programas de Pós-Graduação.


*Dúvidas e outras informações, comunicar-se exclusivamente via internet, através do e-mail a seguir: contracorrente.uea@gmail.com

......................................................................................................................................................

Casi tres décadas desde el hito histórico de la titulación en 1995, cuando se produjo la primera titulación de un territorio quilombola en Brasil, un logro que resuena en cada camino recorrido por estas comunidades que se resisten a existir.

Esta convocatoria invita a académicos, investigadores y líderes quilombolas a contribuir con sus análisis y experiencias para reflexionar sobre este momento crucial en la historia de la lucha quilombola. La titulación del Territorio Quilombola de Boa Vista, en el municipio de Oriximiná, en Pará, cumplió con el artículo 68 de la ADCT de la Constitución Federal brasileña de 1988. La lucha por garantizar la tierra para los quilombolas tuvo lugar mucho antes de que la constituyente, incluso en Frente a la eficacia del artículo 68, los desafíos y la lentitud en la titulación aún persisten, incluso frente a las numerosas estrategias de movilización impuestas por los quilombolas.

Este dossier busca reflexionar sobre los quilombos en Brasil, buscando comprender a través de estudios sobre el tema y diferentes realidades empíricamente observables cómo estos agentes han establecido formas de resistencia que demarcan su identidad étnica y funcionan como estrategias de movilización frente a los múltiples obstáculos que condicionan la titulación de sus tierras, así como movilizaciones para el mantenimiento de los territorios titulados. La comprensión del quilombo en este dossier se aleja de la definición arqueológica (en el sentido foucaultiano) y de definiciones frías (Almeida, 2011). El objetivo es comprender las estrategias de los quilombolas dentro de sus reinvenciones del conocimiento, como afirma Farias (2023), en las que estos agentes articulan sus narrativas y prácticas históricas dentro de las dinámicas que impone la vida social.

Se aceptarán trabajos que busquen problematizar los desafíos quilombolas en la realidad contemporánea; discusiones teóricas y empíricas sobre marcadores de identidad que abordan narrativas míticas, ritos, secuencias ceremoniales y diferentes formas de artes y conocimientos practicados por los quilombolas; estrategias de movilización étnica que han buscado garantizar derechos ante la usurpación de sus territorios; desafíos pasados ​​y presentes a través de políticas de Estado que garantizan los derechos de los quilombolas y aquellas que amenazan sus logros; narrativas históricas que involucran la lucha por el título, destacando momentos clave y protagonismos quilombolas; análisis de cómo la titulación contribuyó a la preservación y fortalecimiento de la identidad de las comunidades quilombolas durante estos casi 30 años; los desafíos que enfrentaron las comunidades quilombolas desde que obtuvieron su título hasta la actualidad, así como los logros alcanzados; estrategias de movilización utilizadas para garantizar los derechos territoriales de los quilombolas.

 

Referencias

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Quilombos y nuevas etnias. Manaus: UEA Edições, 2011.

FARIAS, Marcos Alan Costa. Aiué: música, danza y políticas identitarias en Quilombo Jauari, Territorio Erepecuru (PA). Tesis (Doctorado en Antropología Social), Universidad Federal de Amazonas, Manuos, 2023.

 

*Instrucciones de envío:

Los interesados ​​deberán enviar sus artículos hasta el 30 de abril de 2024, directamente en la plataforma de envío de la revista, debiendo registrarse como autor si aún no cuentan con el mismo registro. Otra información importante, así como pautas para el formato de los artículos (que siguen estrictamente el archivo de plantilla disponible en el sitio web de la revista), están disponibles en la pestaña de envíos en la página de la revista, accesible a través del enlace: https://periodicos.uea.edu.br/index.php/contracorrente/about/submissions.

 

ContraCorrente (ISSN: 2525-4529) es una revista científica trilingüe semestral publicada por la Editorial Universitaria de la Universidad Estadual de Amazonas (UEA), vinculada al Programa Interdisciplinario de Posgrado en Ciencias Humanas (PPGICH). Actualmente es evaluado según criterios Qualis CAPES en el nivel B2, y tiene un alcance interdisciplinario, recibiendo artículos, reseñas, ensayos, entrevistas, traducciones, relatos de experiencias, entre otras modalidades (ver página de la revista), escritos inéditos de Doctores, Maestros y Estudiantes de Programas de Postgrado.


*Las consultas y demás información podrán comunicarse exclusivamente vía internet, a través del siguiente correo electrónico: contracorrente.uea@gmail.com

......................................................................................................................................................

Almost three decades since the historic milestone of titling in 1995 when the first titling of a quilombola territory in Brazil took place, an achievement that resonates in every path taken by these communities that resist to exist.

This call invites scholars, researchers and quilombola leaders to contribute their analyzes and experiences to reflect on this crucial moment in the history of the quilombola struggle. The titling of the Quilombola Boa Vista Territory, in the municipality of Oriximiná, in Pará, complied with article 68 of the ADCT of the Brazilian Federal Constitution of 1988. The fight to guarantee land for the quilombolas took place long before the constituent, even in the face of the effectiveness of the article 68 the challenges and slowness in titling still remain, even in the face of the many mobilization strategies imposed by quilombolas.

This dossier seeks to reflect on quilombos in Brazil, seeking to understand through studies on the subject and different empirically observable realities how these agents have established forms of resistance that demarcate their ethnic identity and function as mobilization strategies in the face of the many obstacles that condition the title of their lands, as well as mobilizations for the maintenance of titled territories. The understanding of quilombo in this dossier moves away from the archaeological definition (in the Foucauldian sense) and cold definitions (Almeida, 2011). The aim is to understand the strategies of quilombolas within their reinventions of knowledge, as stated by Farias (2023), in which these agents articulate their narratives and historical practices within the dynamics that social life imposes.

Works that seek to problematize quilombola challenges in contemporary reality will be accepted; theoretical and empirical discussions about identity markers that address mythical narratives, rites, ceremonial sequences and different forms of arts and knowledge practiced by quilombolas; ethnic mobilization strategies that have sought to guarantee rights in the face of the usurpation of their territories; past and present challenges through State policies that guarantee quilombola rights and those that threaten achievements; historical narratives involving the fight for title, highlighting key moments and quilombola protagonisms; analyzes of how titling contributed to the preservation and strengthening of the identity of quilombola communities over these almost 30 years; challenges faced by quilombola communities from the time of their title to the present day, as well as the achievements achieved; mobilization strategies used to guarantee quilombola territorial rights.

 

References

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Quilombos and new ethnicities. Manaus: UEA Edições, 2011.

FARIAS, Marcos Alan Costa. Aiué: music, dance and identity politics in Quilombo Jauari, Erepecuru Territory (PA). Thesis (Doctorate in Social Anthropology), Federal University of Amazonas, Manaus, 2023.

 

*Submission Instructions:

Interested parties must submit their articles by April 30, 2024, directly on the magazine's submission platform, and must register as an author if they do not already have the same registration. Other important information, as well as guidelines for formatting papers (which strictly follow the template file available on the magazine's website), are available in the submissions tab on the magazine's page, accessible via the link: https://periodicos.uea.edu.br/index.php/contracorrente/about/submissions.

 

ContraCorrente (ISSN: 2525-4529) is a biannual trilingual scientific journal published by the University Press of the State University of Amazonas (UEA), linked to the Interdisciplinary Postgraduate Program in Human Sciences (PPGICH). It is currently evaluated according to Qualis CAPES criteria at level B2, and has an interdisciplinary scope, receiving articles, reviews, essays, interviews, translations, experience reports, among other modalities (see the magazine page), unpublished writings by Doctors, Masters and Students of Postgraduate Programs.


*Questions and other information can be communicated exclusively via the internet, via the following email: contracorrente.uea@gmail.com